sábado, 30 de outubro de 2010

Entrelace-mo-nos...


Na densidade desta violência que é sentir
Perco-me entranhada na dimensão que se adivinha
Não concebo perder o faz parte de mim
Enlouqueço por vontade de me consumir de nós

Misturam-se corpos de espíritos há muito enlaçados
Em espera de sonho a ser revelado
Segura-me incerteza do que pode ser...

Neste precipício onde me despenho sem chão
Retenho-me no que julguei impossível um dia
Mas vejo nítida a luz do que existe.
É mergulho em obsessão a que me propus
Perco o ar e respiro-te
Vivo na tontura da queda, espera constante é em mim
Mas a razão não me larga... sinto em confusão
Receio que não quero... congelo
Como ter tudo se forma que projecto não existe?
Receio abdicar do que julguei principio de mim...
Será que o é...?
Receio palavras tanto como as preciso
És mistério em mim... revela-te
Despe-te de frases que não decifro
Leva o meu receio nessa capa...
Enlouqueço em surdina!
Sufoco neste amar em exagero!

Entrelace-mo-nos então, sejamos destino
Se fuga não é possibilidade, vamos sem receio
Lance-mo-nos ao que é maior que tudo
Até sempre ser palavra pequena
E um no outro será vital
Será matéria de nós... amor de nós
Diz-me que sim...
Prende-me... fico por vontade.
Não partas nunca...