terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Agora que é chegada a hora...


Agora que é chegada a hora de partir,
Despojo-me da carne apodrecida
Ponho nu a alma outrora adormecida
E corto os punhos ao corpo que vejo esvair...

Perco-me por labirintos de desejos inconscientes
Entrego-me às almas que só elas sabem sentir
Julguem-me os Deuses por amores desobedientes
Tragam carrascos e levem-me os Anjos a cair

Agora que é chegada a hora de sentir
Não quero menos que vício, obsessão…
A carne molhada e derretida… a fundir.
Mergulho em precipício, vertigem sem chão!

Renasço no teu sal, bebo da tua alma… consumo-me
Sou espírito em urgência de se perder no imenso
Condenem-me os astros se à luz torno em lume
Se asas renascem e ao que é puro e cru pertenço...