segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Tudo...


E nesta fome que aumenta em se saciar
Procuro palavras de formas contidas no tudo do todo.
Tudo se intensifica em regresso por vontade sempre…
Memoria que trago dentro de onde vem a sinto longe…
Sinais chamam para o despertar do que não sei ainda…
Saudade consome-se na memória da carne, da saliva
Do cheiro e gosto por Zona de nós…
Espera constante é…
Enrolar de expectativa em vício segura…
Em sonho e por sonho…
De destino que foi… de destino a querer ser…
No desejo entranhado em misturar matéria, espírito e mais…
Por cumplicidade em extremo a ser excesso de sentir…
Em realidades a ser uma… dimensão maior em denso
Por necessidade maior que vício flutuo em loucura de querer
Abismo sem fundo, queda por vontade em receio que não demove
Quero pertencer…

sábado, 30 de outubro de 2010

Entrelace-mo-nos...


Na densidade desta violência que é sentir
Perco-me entranhada na dimensão que se adivinha
Não concebo perder o faz parte de mim
Enlouqueço por vontade de me consumir de nós

Misturam-se corpos de espíritos há muito enlaçados
Em espera de sonho a ser revelado
Segura-me incerteza do que pode ser...

Neste precipício onde me despenho sem chão
Retenho-me no que julguei impossível um dia
Mas vejo nítida a luz do que existe.
É mergulho em obsessão a que me propus
Perco o ar e respiro-te
Vivo na tontura da queda, espera constante é em mim
Mas a razão não me larga... sinto em confusão
Receio que não quero... congelo
Como ter tudo se forma que projecto não existe?
Receio abdicar do que julguei principio de mim...
Será que o é...?
Receio palavras tanto como as preciso
És mistério em mim... revela-te
Despe-te de frases que não decifro
Leva o meu receio nessa capa...
Enlouqueço em surdina!
Sufoco neste amar em exagero!

Entrelace-mo-nos então, sejamos destino
Se fuga não é possibilidade, vamos sem receio
Lance-mo-nos ao que é maior que tudo
Até sempre ser palavra pequena
E um no outro será vital
Será matéria de nós... amor de nós
Diz-me que sim...
Prende-me... fico por vontade.
Não partas nunca...

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Zona...


Respiro-te…
Em concha a querer abrir…
Sensação gravada em pele, intensa…
Por círculo invisível de contornos fortes…
Sinto…
Num eterno começo… crescente…
Em movimento tonto e lento de espiral…
Vontade de ir… de quer ficar…
Busco…
Te… Me … A… Constelações inteiras…
Concentradas, herméticas, densas…
Porquê?
Vou…
Levada em asas… no infinito do limite
Por vontade… única obrigação…
A sentir… estrelas, gelo, fogo… Universo…

Mistério bom…

terça-feira, 30 de março de 2010

Pudera eu não sentir...


Que caminhos estes que os não acho?!
Busco respostas que palavras desconhecem
Os trilhos são perdidos
Os sinais - se é que o são -
Estão confusos, fortes... assustadores!
Fujo das respostas tanto quanto as quero
Perco-me no que sinto ou julgo sentir
E regresso ao circulo de sempre...
Fechado, decadente...
Em redor sinto pontes invisíveis
Uma travessia obrigatória!
Mas como cruzar o rio sem lhe saber o fundo?
Sem lhe adivinhar a margem?
Desvio-me e tudo são mistérios...
Pedras imponentes que aquecem o espírito,
Confundem o corpo... distorcem a mente!
Sonhos que são, mesmo antes de ser
Horas que se repetem sem repostas
Uma areia que reconforta o espírito
Ou seja o que for mas que existe!
Existe... forte, persistente, poderoso...
Sinto... não compreendo!
Pudera eu não sentir e tudo eram rosas.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Pode ser um dia mau apenas...


A ideia tem-me ocorrido
Confesso, até mais do que queria…
Mas hoje é diferente, não é mais ideia
Nem certeza… mas sei-o…
Nós…
Talvez por o não querermos
Talvez por não o sabermos fazer ser…
Não sei, não te conheço… devia!
- devias conhecer-me também –
Mas não o sinto.
Eu, tu…
Estranhos que trocam beijos, dividem cama
Desencontrados que disfarçam o tempo com passeios…
Vazios e sem espaço para sermos nós
(Com medo?)
Dois que até se gostam sem saber porquê
Dois que não se sentem um… nem o sabem ser,
(ou não querem?)
Nós…
Hoje não certamente… amanhã é longe,
Logo se vê.
Pode ser um dia mau apenas…
Mas não vai dar.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Inacabado...


Não sei se vivo por ti ou se por ti morro de amores.
Às vezes acho que te odeio
Mas, não sei se te esgane ou se te sufoque com beijos!
Dias há em que te gosto,
Só não sei se fique ou corra…
Mas posso jurar que gelo com o teu calor
Que me afasto mesmo sem sair do lugar
E que o meu silêncio fala mas do que julgas…
E juro… o teu aterroriza-me…
Não sei se tenho espaço em ti ou ocupo os lugares vazios.
Às vezes julgo que te importas
Já outras, sinto apenas que não sabes estar só.
Mas posso jurar que não sei tanto do que deveria saber…

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Hoje não vou...


Hoje não vou...
Quero o meu espaço, o meu tempo
Um tempo que em nada me ajuda, é certo...
Mas que é meu e por isso o reclamo!
Tempo de ausência, até de mim.
Espaço de indiferença,
Tempo vazio a correr,
Espaço em vácuo que me sugue!

Hoje fico...
Quero o teu silêncio a escutar o meu
Silêncio em turbilhão de confusão simples
Mas que preciso escutar...
Turbilhão que me afogue em busca de ar
Silêncio que grite até doer,
Turbilhão que misture tudo,
Silêncio que seja simples, só.

Hoje fico, não vou...
E largo-me...Fora de mim...

sábado, 2 de janeiro de 2010

Um poema de Natal



Quero escrever um poema de Natal.
Tem que ter uma árvore enorme,
Colorida e com muitas luzes!
Um presépio original, mas sem menino Jesus
Que só nasce à meia-noite.
Tem que ter o cheirinho da canja de galinha
Mas com as galinhas do quintal da avó!
O tradicional bacalhau e o frete das couves.
Tem que ter a confusão dos pratos e copos
E de ninguém saber o seu lugar na mesa.
Tem que ter o gosto das filhoses,
Bem quentinhas e com muito açúcar!
Tem que ter o barulho das crianças e dos adultos.
E um relógio que teima em não dar a meia-noite.
Tem que ter aquele frio gostoso na barriga
E olhos brilhantes ao abrir os presentes.
Tem que ter abraços e beijos por todo o lado!
É Natal!
Fica a saudade…