quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Desvenda-me...


Quero falar-te mas a boca não obedece.
Escuto-te atenta e respostas surgem.
Duvidas, medos, anseios, perguntas mil…
Mas as palavras ficam retidas, a voz não sai!
Os pensamentos revoltam-se, impotentes.
O teu sorriso paralisa-me…
Olho-te na esperança da tua compreensão.
O teu carinho aterroriza-me
Por te acarinhar tanto também.
A tua ânsia em me saberes de cor fecha-me.
Resguardo-me em sorrisos com medo de não te servir.
Se os teus beijos me protegem
Os teus olhos desvendam-me.
E como gosto deste agridoce…
Quero dizer-to mas não consigo
Abraço-te… sinto-te.
Sente-me também.
Sim, tu sabes! Acredita-te!
As palavras que não digo são silêncios falantes,
Os gestos enciclopédias inteiras!
Por cada beijo uma sílaba! Em cada abraço um pedido...
Numa lágrima desejos imensos!
Num tímido sorriso medo sem fim…
Desvenda-me, é simples: quero-te.
Lê-me, escuta o que não falo.
Sou tua… quero ser.
Serás tu meu?

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Desilusão


É esta desilusão constante,
Esta permanente sensação de queda,
Falha, fracasso…
Fico exausta… esgotada, frágil!
Cada olhar desviado me soa a rejeição,
Em cada nova rota que traço,
Um caminho tortuoso de destino perdição…
Chega! Basta!
Sempre soube: porque e como tem que ser.
Mas quando a razão não entende,
Vezes e vezes sem fim,
Batalhas infinitas,
O motivo perde-se no esforço da luta.
E o gosto da vitoria, tão distante já,
É uma memória ténue, quase apagada…
Quero a inércia de não ser,
Os olhos vidrados de não ver,
O gosto fraco de não sentir,
O peito gelado de morrer…
Quem me dera a coragem de renascer.
Poder ao mundo tornar virgem de ideias
Sem o paladar da derrota,
A fúria do cansaço ou a fragilidade do ser.
Apenas sonhos e forte na ânsia de viver…
Mas a ilusão foge e torno à nova exaustão…
Anos passarão nesta que é a rotina,
O destino fatídico de quem nasce,
Luta, perde, morre e renasce…
Até um dia…